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Dois projetos de pesquisadores do ISD são selecionados para aceleração no Programa Startup Nordeste

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Fotos: Reprodução

Dois projetos desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Santos Dumont (ISD) foram selecionados na fase final do Programa Startup Nordeste, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Com isso, os projetos que deram origem às empresas BrainExos e Stimully vão receber R$ 78 mil para investir nas ideias apresentadas, a fim de permitir que elas cheguem ao mercado.

Os pesquisadores do ISD que integram as equipes selecionadas são Rommel Araújo e Mouhamed Zorkot, mestres em Neuroengenharia, e Fabrício Brasil, professor pesquisador na instituição. O Startup Nordeste teve seu primeiro resultado anunciado em junho, quando 200 projetos foram selecionados para integrar as mentorias e atividades do programa. Após várias fases que aconteceram ao longo dos últimos meses, restaram 26 projetos, que foram escolhidos pelos avaliadores para receber financiamento ao longo dos próximos seis meses.

O objetivo do Programa é fomentar o ecossistema de inovação e as startups sediadas na região Nordeste, contribuindo para a inserção de pequenos negócios inovadores no mercado global de inovação e tecnologia.

O professor pesquisador Fabrício Brasil destaca a importância de inserir no mercado projetos de negócios que tenham como base a ciência e a pesquisa. ”As pesquisas científicas precisam sair dos muros do laboratório e gerar emprego e renda para nosso país. Precisamos dissociar a ideia enraizada que uma pós-graduação está relacionada apenas à elaboração de trabalhos científicos”, afirma.

De acordo com Brasil, o movimento de estimular a criação de empresas e startups a partir de projetos de pesquisa desenvolvidos pelos estudantes teve início há alguns anos no ISD, e tem apresentado bons resultados, com a aprovação de empresas em programas de aceleração nacional, como o Startup Nordeste e o Centelha, e programas internacionais, como o Global Grad Show.

BrainExos e Stimully

Ambas empresas aprovadas para financiamento pelo programa Startup Nordeste, BrainExos e Stimully, possuem como base conceitos das neurociências unidos à questões de saúde enfrentadas pela população.

A BrainExos, explica Rommel Araújo, é uma startup de tecnologia e saúde de base científica, que busca superar as barreiras que existem hoje para a reabilitação motora. A empresa possui duas soluções: o G-Exos e o HERO, exoesqueletos vestíveis para auxiliar na reabilitação de pessoas que tiveram Acidente Vascular Encefálico (AVE ou, popularmente, “AVC”). “A missão da BrainExos é fazer com que esses pacientes tenham mais autonomia e qualidade de vida, promovendo uma reabilitação motora mais eficaz, por meio de estímulo a mecanismos de neuroplasticidade”, diz Rommel.

O HERO foi desenvolvido por Rommel durante seu mestrado em neuroengenharia no ISD, enquanto o G-Exos foi fruto da pesquisa de mestrado de Mouhamed Zorkot. Para controlar os exoesqueletos, utiliza-se a tecnologia da Interface Cérebro-Máquina, capaz de estabelecer uma conexão direta entre o cérebro e um computador, uma das linhas de pesquisa do Instituto. “Há vários estudos, inclusive com nosso equipamento, que mostram que essas ferramentas associadas à reabilitação são capazes de promover uma melhora motora muito mais significativa do que os métodos tradicionais”, destaca.

A Stimully, por sua vez, à frente da qual estão o professor pesquisador Fabrício Brasil e o professor Leandro Mattos, busca utilizar a técnica da neuromodulação para regular a hiperatividade cerebral que filtra os estímulos externos em pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). “Queremos normalizar esta atividade utilizando uma técnica de neuromodulação segura, oferecendo redução de tempo e custo em mais de 99% para familiares e planos de saúde. Os avaliadores se mostraram entusiasmados, pois a proposta apresentava um potencial de mercado bem grande, e ao mesmo tempo estava associada a uma causa social relevante para a sociedade”, afirma o professor pesquisador.

Com os investimentos, os pesquisadores pretendem continuar investindo no crescimento dos negócios, com o objetivo de ultrapassar as fronteiras do Brasil. “Estamos rodando um estudo clínico com 150 crianças utilizando equipamentos de outras empresas. Agora pretendemos construir os nossos, bem como iniciar a comercialização para atingir o maior número de pessoas possíveis. Esse foi o terceiro edital que nos inscrevemos e vencemos em todos, mas ainda precisamos de recursos para continuar evoluindo. Buscamos ainda parceiros e venture capitals para alavancar a startup”, destaca Fabrício Brasil.

SOBRE O ISD

O Instituto Santos Dumont é uma Organização Social vinculada ao MEC e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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