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POLÍTICA

Fogo amigo expõe fragilidade política do prefeito Allyson no caso da condenação, falsificação e de mentira perante a Justiça atingindo o coração do poder

Aliados jogam lenha para repercutir caso do auxiliar que era considerado braço direito do prefeito

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Por Gilberto de Sousa, Opinião

Desde que venceu as eleições em 2020, o prefeito de Mossoró Allyson Bezerra nunca desceu do palanque. Com ajuda midiática segue fazendo firula e tentando se mostrar como uma espécie de “salvador da pátria” numa teia popularesca que termina saltando aos olhos e deixando algum reflexo positivo até porque ele continua no palanque, embora esteja só sem que a população conheça, de fato, quem deve chegar ou emergir para polarizar nas urnas.

Se ao longo do tempo o prefeito Allyson Bezerra se preocupou em literalmente se amostrar, esqueceu de formatar o básico inerente aqueles que tentam adotar a prática de fazer política: O grupo político. O prefeito Allyson não tem um grupo político para chamar de seu. A propósito, mantém na concha um grupinho formado por meia dúzia de auxiliares da sua estrita confiança, que não fogem do quadrado e sequer admitem contrariar o “‘rei” .

O principal pilar desse grupo seria exatamente o seu braço direito Kadson Eduardo, o supersecretário, hoje “fritado” em decorrência de uma condenação judicial por falsificação de documento público e mentira perante a Justiça. Kadson também estava sendo apontado como provável candidato a vice-prefeito, já que, pelo que consta nos bastidores, o narcisismo político de Allyson não permitiria que ele escolhesse alguém para ser seu companheiro de chapa que tenha luz própria e que possa se desviar do sectarismo imposto.

Pelo contrário, esses e outros quadros, além de serem colocados em banho-maria pelo prefeito, ainda precisam se desviar do ofuscamento. São os casos de importantes nomes que formaram com o suporte administrativo, mas que preferiram pular do barco e hoje só assistem os desdobramentos, passivamente.

Allyson não tem grupo político, mas aliados de ocasião, entre os quais uns que ele tenciona livrar-se. Por sinal, há quem tenha sido praticamente obrigado a quarar no campo na inanição, como são os casos de alguns vereadores que tiveram de ceder a uma nominata suicida, mesmo prevendo tempos sombrios na luta pela sobrevivência política.

E diante desses fatores é que vem, exatamente do seio do poder, os principais incentivos no sentido de fazer reverberar o caso Kadson. É mirar no arteiro para atingir o “rei”.

Ilhado pelo fogo amigo, o prefeito Allyson agora desperta para outros dos tantos obstáculos à vista que terão influência sim, na sua caminhada política: A perseguição aos servidores, o amplo desgaste na área de saúde, o caso Nogueirão, a decepção da zona rural e a substituição do singelo “pobrezinho” dado os sinais exteriores de riqueza que se espraiam, entre outros.

O caso Kadson


O caso Kadson veio à tona na semana passada através do blog do Barreto, ao apontar que o então secretário de administração, que até bem pouco tempo acumulava função a frente da pasta da cultura, foi condenado por falsidade ideológica e o caso encontra-se com status de trânsito em julgado porque houve perda de prazo para os recursos em segunda instância.

O blog do jornalista Bruno Barreto apurou ainda que na denúncia do Ministério Público Federal que no dia 29 de julho de 2016, Kadson falsificou um documento público e o apresentou em uma audiência na a 12ª Vara Federal, situada em Pau dos Ferros.

Kadson era advogado de uma ação sobre demarcação de terras particulares na cidade de Apodi. Ele teria falsificado um documento alterando a data da audiência. “Ocorre que, segundo se desnudou, nem essa suposta audiência designada anteriormente nem o número do processo informado pelo denunciado existiam de fato, razão por que KADSON EDUARDO FREITAS ALEXANDRE, ciente das consequências processuais que a conduta de mentir perante a Justiça poderia acarretar-lhe, forjou documento público, consistente na montagem da captura de tela (print screen) do Projudi do TJ/RN, e o apresentou a esse Juízo Federal, nos autos do Processo nº 0800079-21.2013.4.05.8404”, diz a denúncia do MPF que apontou que adulteração do número do processo.

A defesa alegou que houve uma falha no sistema tentando descartar má fé de Kadson. “O que aconteceu, durante toda essa lamentável situação, foi uma falha do sistema, que culminou com a apresentação de uma data para audiência de conciliação, sem que, tal viesse a ser inserida na pauta”, argumentou. “Ocorre, que após a realização das correções, foi alterado a data da audiência e o dígito verificador do processo, possivelmente como forma de permitir o ajuste sistêmico, repita-se, ante ao erro exclusivo do sistema”, complementou.

O argumento não convenceu o juiz Rodrigo Arruda Carriço que julgou procedente a denúncia. “Assim, resta claro o elemento subjetivo do tipo, consistente na presença do dolo do réu, que usou o documento falsificado por ele, estando presentes todos os elementos configuradores da culpabilidade, na medida em que este réu é de pessoa imputável, com potencial conhecimento da ilicitude de seu comportamento, impondo-se, pois, conduta diversa da adotada”, frisou.

Kadson foi condenado a dois anos de prisão e 10 dias-multa com base no artigo 304 do Código Penal em regime aberto. Cotado para vice, o secretário está impedido de disputar eleições por oito anos com base na Lei Complementar 64/90 por se tratar de um crime contra a fé pública.

Ele está nesta situação desde 17 de abril do ano passado quando foi emitida a certidão de trânsito em julgado informando que a condenação era definitiva desde 19 de janeiro de 2023.

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