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MOSSORÓ

Criador do Pingo Da Mei Dia celebra consolidação do evento de âmbito nacional

Publicado

em

Foto: Reprodução

Por Gilberto de Sousa

O criador do grande evento Pingo Da Mei Dia, Gustavo Rosado, que era chefe de gabinete da então prefeita Fafá Rosado à época, comemora a consolidação do projeto que abre a festa Mossoró Cidade Junina.

Gustavo Rosado, o visionário por trás do icônico evento Pingo da Mei Dia, está celebrando a consolidação deste projeto de alcance nacional. Iniciado em 2009, durante a segunda administração da prefeita Fafá Rosado, o evento cresceu exponencialmente ao longo dos anos, mesmo enfrentando resistências iniciais devido à sua natureza inusitada, especialmente no que diz respeito ao horário.

Rosado relembra o início do Pingo da Mei Dia e destaca a importância do apoio da então prefeita Fafá Rosado para tornar o evento uma realidade. Ele compartilha como a decisão política de Fafá Rosado em apoiar um evento aparentemente improvável foi fundamental para sua consagração como um diferencial marcante na festa junina de Mossoró.

Após 16 anos de sucesso, Rosado reconhece que o evento agora tem vida própria, transcendendo qualquer administração municipal específica. Ele enfatiza a importância de permitir que o evento evolua com novas perspectivas e motivações, desde que mantenha seu foco na consolidação e preservação das tradições juninas.

Uma das evoluções notáveis do Pingo da Mei Dia são os camarotes ao longo da Avenida, que alguns criticam, mas Rosado vê como uma progressão natural. Ele argumenta que essas estruturas são essenciais para atrair turistas e visitantes, contribuindo significativamente para a economia local. Rosado destaca a diversidade de opções oferecidas pelo evento, garantindo que permaneça democrático e inclusivo para todos os participantes.

No entanto, uma preocupação latente de Rosado é a diminuição gradual do número de pessoas vestidas com trajes juninos durante o evento. Ele alerta para o perigo de que as tradições juninas possam ser suplantadas por festividades estrangeiras, como o Halloween, especialmente entre as gerações mais jovens. Rosado enfatiza a importância de preservar as raízes culturais locais, incluindo a vestimenta, os jogos e as comidas típicas associadas às festas juninas.

Em suma, o Pingo da Mei Dia não é apenas um evento festivo; é um símbolo da rica herança cultural de Mossoró e uma oportunidade para fortalecer e compartilhar essas tradições com o mundo. Gustavo Rosado e torce para que o evento permaneça fiel às suas raízes, enquanto se adapta às demandas e expectativas em constante mudança.

O Pingo da Mei Da surgiu em 2009, sua primeira edição, portanto o primeiro ano da segunda administração da prefeita Fáfa Rosado. No entanto, a festa que aconteceu no último sábado, 1º de Junho, e que mais uma vez lotou o corredor cultural, foi a 14ª edição, considerando que nos dois anos de pandemia não teve como ser realizado.

Para Gustavo Rosado, o evento cresceu muito e é motivo de muita satisfação não só para ele, mas também para toda a equipe que contribuiu decisivamente e que fazia parte da Prefeitura e da administração da prefeita Fafá Rosado naquela ocasião. “ Tá certo que foi um projeto tocado por mim, mas também por Francisco Carlos Carvalho de Melo na condição de secretário da Cidadania, hoje vereador, e de Clézia Barreto, que foi também uma pessoa que se entusiasmou com a ideia que na época era secretária de Cultura”.

“Inicialmente, pela ousadia, pelo horário , encontrou-se muitas resistências, mas teve na figurada prefeita Fafá Rosado o apoio total para implementá-lo. Foi muito importante essa decisão política dela em apostar em um evento que parecia improvável e fadado ao fracasso, justamente pelo inusitado do horário”, disse Gustavo, ao enfatizar que foi isso que fez o evento ser um diferencial na nossa festa junina.

“Então já 16 depois e consolidado nacionalmente ente cabe ao idealizador celebrar, entender que assim como um filho de 16 anos o evento ganha pernas próprias. Entenda-se por pernas próprias que ele segue independentemente de qual seja a gestão. E é importante que seja dessa forma porque são outros olhares que chegam, outras motivações, mas sempre pensando na consolidação do evento,isso é que é importante”. Destacou.

Modificações
Sobre as modificações que ocorreram ao longo dos anos, Gustavo afirma que são modificações salutares. Mas faz duas observações: A primeira é que algumas pessoas criticam o surgimento dos camarotes na avenida. “ Eu muito particularmente acho que é o caminho natural, porque se essas estruturas não surgirem, não há atração em evento desse tipo para o turista ou visitante. É uma coisa que é pensada quando está discutindo a criação de um evento desse porte. É feito para as pessoas da cidade, mas é muito importante para aquecer a economia, que também venham pessoas de outras cidades, de outros estados e até de outros países”.
Ele exemplificou que antes da realização do Pingo deste ano, foi informado sobre uma família de um brasileiro cuja mulher e filhos são americanos, que veio conhecer o evento, exatamente pelo inusitado do horário, e que detalhes como este são interessantes.

O importante, segundo ele, é que tenha espaço para todos. Tem espaço para quem quer estar na Avenida correndo atrás do trio elétrico, dançando, brincando, pulando, e tem a opção de quem quer assistir a festa dos camarotes. É democrático. “Agora se fosse tirado o direito das pessoas em irem atrás do trio, aí sim, seria uma coisa que eu criticaria bastante. Mas é apenas uma opção que se cria. Então entendo que os camarotes são importantes. As pessoas montam essas estruturas, pagam as empresas que montam essas estruturas e as pessoas se dispõe a pagar para entrar, isso também contribui com o aquecimento da economia, lembrou.

Tradições
“Outra coisa que eu gostaria de destacar e essa sim eu lamento e gostaria muito que as pessoas entendessem a importância, é a questão do uso do traje junino, uma vez que nós não tínhamos até aquele momento, fora a arena das quadrilhas, pessoas usando os trajes juninos”.

Rosado externou sua preocupação, uma vez que tem percebido que a cada ano diminui o número de pessoas caracterizadas no evento. “Aí eu acho que cabe realmente a todos contribuírem indo fantasiados”, frisou.

Ele justifica a preocupação, afirmando que com a disseminação das escolas de idiomas surgiu no Brasil a comemoração da festa do Halloween que é uma festa eminentemente americana, “É da cultura Americana e é interessante que as escolas de idioma façam essas festas aqui. Agora elas têm crescido e também tem sido promovida pelas escolas nossas, particulares e talvez até as escolas municipais e estaduais”.

“ E aí sim é preocupante porque as crianças de hoje, se elas tiverem comemorando Halloween ao invés do São João, quando elas forem adultas, a referência que elas terão é do Halloween e não da festa junina. Então é muito importante que a gente não perca de vista as nossas tradições. É a fantasia, é a adivinhação, são as comidas típicas. A festa junina é também a nossa festa da colheita, é isso que se comemora. Então nós não podemos perder de vista, e o Pingo é sempre um grande estandarte. É importante que cada vez mais pessoas façam e que o poder público chame atenção para a importância de preservar as nossas tradições”.

Mossoró Cidade Junina chega aos 27 anos festejando as tradições juninas

O Pingo da Mei Dia foi incorporado com sucesso, abrindo os festejos do projeto Mossoró Cidade Junina que, no próximo dia 22 de junho, comemora o aniversário de 27 anos desse emblemático evento. Em 1997, a então prefeita Rosalba Ciarlini inaugurou esta festa que se tornaria uma das maiores expressões culturais do município.

A história começou com um grande lançamento no Teatro Lauro Monte Filho, seguido por apresentações de grupos folclóricos e de quadrilhas juninas na Praça Vigário Antônio Joaquim. Desde então, o Cidade Junina se tornou uma tradição anual, marcando o calendário cultural da região.

A primeira edição, que ocorreu de 1º a 29 de junho, foi sediada na Estação das Artes Elizeu Ventania, um local emblemático que simboliza o compromisso de Mossoró com a preservação de suas raízes culturais. Anteriormente, os festejos juninos eram descentralizados, realizados nos bairros e concentrados no antigo “Largo do Povo”.

A visão de Rosalba Ciarlini para uma cidade junina inspirou a transformação da antiga estação ferroviária, adquirida junto à Reffsa, na magnífica Estação das Artes. Este foi um dos marcos que impulsionaram o sucesso do evento, juntamente com a consolidação do próprio Mossoró Cidade Junina.

Com o passar dos anos, o MCJ evoluiu, diante também da capacidade de trabalho e dedicação do saudoso então secretário de cultura, professor Gonzaga Chimbinho, incorporando novos projetos e abraçando todas as expressões culturais em um único evento. Rapidamente, ganhou reconhecimento nacional, sendo considerado uma das principais festas juninas do Brasil.

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