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Advogada pioneira de Apodi é agraciada com Medalha de Mérito da OAB por relevantes serviços prestados à advocacia

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Fotos: Reprodução

“Como primeira mulher advogada de Apodi e depois de 30 anos de serviços prestados à Justiça vem essa medalha de Mérito, graças a Deus, ainda em vida; fui advogada em plena ditadura e tive que me impor como mulher e contra as limitações do judiciário”, foi assim que a primeira advogada de Apodi, Maria Auxiliadora Silva, recebeu a honraria da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB-RN), através da concessão da Medalha de Merito Wandecy Veras.

A solenidade aconteceu na tarde de 30 de maio, no Auditório Varella Barca, da OAB, depois do lançamento da Campanha OAB sem assédio, do Conselho Federal, quando também foi agraciada a advogada norteriograndense Margarida Seabra Moura, por relevantes serviços prestados à advocacia.A solenidade foi em Natal no Dia Estadual da Mulher Advogada.

Na comemoração foi lançada a Campanha Nacional “Advocacia sem Assédio” com a presença da presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Cristiane Damasceno.

A Medalha é entregue anualmente no dia 30 de maio, em referência à data de nascimento de Wandecy Veras, primeira advogada registrada na Ordem potiguar, e pelo Dia Estadual da Mulher Advogada.

O evento marcou a luta das mulheres advogadas no Estado e firmou o compromisso de seguir na luta por igualdade na advocacia.

Carinhosamente conhecida por Dodôra, natural de Apodi, Maria Auxiliadora foi a primeira mulher advogada apodiense. É professora e poetisa. Foi Juíza Leiga durante cinco anos, no Juizado Especial Civil da Comarca de Apodi. Ela também foi a responsável pela criação do Museu do Lajedo de Soledade, no município de Apodi.

Veja a trajetória de Dodora Maia:

MARIA AUXILIADORA DA SILVA MAIA, natural de Apodi/RN,filha de Sebastião Lucio da Silva e Eugenia Pereira da Silva; durante 32 anos fui professora de português, literatura brasileira e redação e também diretora da Escola Estadual Professor Antonio Dantas, ensino de 1º e 2º graus. Na época da ditadura militar fundei em Apodi a Associação dos Professores do Rio Grande do Norte, APRN, hoje SINTE/RN.

Sou Graduada em Direito pela UFPB, (campus VI, faculdade de Direito em Sousa/PB), curseiLetras, Geografia e História na FURRN/UERN, em Mossoró.

Advogada desde 1981, militante por mais de 20 anos, principalmente nas causas cíveis e um pouco menos nas criminais, com algumas atuações no Tribunal do Júri. Fui a primeira mulher apodiense advogada e exerci a advocacia como um sacerdócio, cumprindo rigorosamente a recomendação de Juan Couture “Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrar o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça”. Com os advogados de Apodi encampamos a luta pela construção do gabinete do Juiz, que trabalhava na sala de atendimento do Cartório. Naquela época eu colaborava até comprando os tamboretes para a Delegacia de Polícia, que era muito carente de móveis e materiais diversos

Durante mais de 20 anos e por toda a minha vida como advogada dediquei um dia de todas as semanas para advogar gratuitamente em favor de pessoas menos favorecidas; na época não havia a prestação de serviços da Defensoria Pública na região e as pessoas me procuravam, mesmo sem saber do meu propósito.

Na criação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, em 1996, o Juiz de Direito de Apodi, Dr. Ricardo Procópio Bandeira de Melo me nomeou para atuar como Juiza Leiga onde atuei, voluntariamente, durante cinco anos. Na época eu era Secretária de Administração do município de Apodi e consegui, através do prefeito José Pinheiro Bezerra, a destinação de uma casa, vizinho ao Fórum Municipal Dr. Newton Pinto, para instalação dos Juizados Especiais, ao mesmo tempo em que destinei servidores do município para prestar serviços aos Juizados, (e também ao Fórum) sem ônus para o Judiciário e forneci todo o material de escritório e limpeza para a sede dos Juizados.

Fui secretária Municipal de Administração e Planejamento de Apodi durante 16 anos, (três mandatos de José Pinheiro Bezerra e um mandato de Evandro Marinho de Paiva) e durante um ano e dez meses fui secretária de Turismo no mandato de Gorete Silveira, quando pedi para sair.

Dôdora Maia também foi pioneira na luta pela preservação do Lajedo de Solenidade

Fui pioneira na defesa da preservação do Lajedo de Soledade durante mais de 30 anos, quando criei a Fundação Amigos do Lajedo de Soledade, entidade que administra o Sitio Arqueológico e o Museu do Lajedo de Soledade. Durante 12 anos (1988 a 1990) lutei sozinha pela preservação do Lajedo de Soledade, quando a Petrobras descobriu a minha luta solitária e financiou a construção do Museu, delimitação de áreas, formação de guias e a presença de pesquisadores, divulgação das potencialidades para o Brasil e o Mundo, trazendo vários meios de comunicação do Brasil, jornais, revistas e TVs abertas. Fui entrevistada pelo repórter Francisco José para matéria que foi veiculada no Fantástico da Rede Globo e tantos outros de várias emissoras: Manchete, SBT, Bandeirantes, Record, através das afiliadas;
OSitio Arqueológico do Lajedo de Soledade em Apodi é considerado o 2º patrimônio arqueológico mais importante do Brasil e o município de Apodi já recebeu mais de 300 mil turistas e dentro do Lajedo foram feitas cenas do filme Irmãos de Fé, do Pe. Marcelo Rossi, com a presença de grande elenco, no qual estava o ator Thiago Lacerda.

Fui integrante do primeiro grupo que levantou a discussão sobre a interiorização do turismo no RN (ao lado de João Sabino, o fotógrafo José Rodrigues, João Batista Cascudo Rodrigues, Nilson Brasil) e a Secretaria de Turismo do RN, quando foram criados os Pólos turísticos/RN: Costa Branca, Costa das Dunas, Serrano. Agreste/Trairi e Seridó.

Fui incentivadora cultural em Apodi, onde ajudei como pude a músicos, cantores, poetas, carnavalescos, artesãos, desenhistas, pintores, todos cheios de sonhos e buscavam em mim o apoio necessário. Com o escritor Valter Guerra e o colega advogado José Rego, restauramos a Banda de Música Antonio de Pádua Leite, a pedido do prefeito Simão Nogueira Neto.

Diretora Secretária e Vice Presidente da Cooperativa Regional Mista do Apodi

Sempre fui uma pessoa muito estudiosa e, ao longo da vida, criei uma biblioteca modesta, um mundo à parte. A história dos meus livros teve o seu auge quando, na década de 70, troquei um Opala/72 por várias coleções de clássicos da literatura brasileira, que ainda hoje guardo com carinho. O vendedor de livros era de Mossoró e se chamava Damião e os meus alunos tinham na minha casa todo o apoio para estudar.

Fui pioneira em Apodi, quando em 1994 fundei a primeira escola de informática, que atendia aos municípios de Apodi, Felipe Guerra, Severiano Melo e Itau e depois abri a primeira escola de informática em Martins

Ainda no regime militar fundei associações de agricultores, de mulheres; abriguei reuniões de militantes de partidos eminentemente de esquerda; financiei escolinha para crianças e iniciei a luta em defesa do Lajedo de Soledade. Quando ocorreu a Anistia, eu descobri, com muita surpresa, que havia um processo militar contra mim, do qual só fiquei sabendo quando do arquivamento, ai lembrei do “convite para conversar” com um Coronel muito educado, no escritório do Exército, localizado na Rua Coronel João Jázimo. Quem levou aquele “convite” verbal foi um militar de nome Franco, um negro bonito, simpático e com muitos amigos em Apodi. Conversei muito com o coronel e sai dali animada com o interesse dele pelo meu trabalho, minhas boas amizades, minhas lutas comunitárias, meus interesses literários, enfim; falei com ele, entusiasticamente, sobre as minhas convicções. Quando ocorreu a Anistia recebi uma correspondência informando do arquivamento do meu processo.

Tenho quatro livros publicados:

  1. PRETEXTOS, poesias – 1986 ;
  2. CONTRAPONTO , poesias, contos e crônicas, 1998
  3. LAJEDO DE SOLEDADE (História de) UM POEMA DE PEDRAS – 2003
  4. APODI, terra dos meus encantos e da minha luta por suas pinturas rupestres, 2020*
    ( dois livros no prelo)

Por contribuição à cultura recebeu títulos e comendas:

Sócia Efetiva de: Instituto Histórico e Geográfico do RN – IHGRN
Sócia Efetiva do Instituto Cultural do Oeste – ICOOP
Sócia Efetiva da Academia Apodiense de Letras – AAPOL

Comenda de Mérito Prefeito Francisco Pinto (Poder Executivo)
Comenda de Mérito Valter de Brito Guerra (Poder Legislativo)

• O livro APODI, TERRA DOS MEUS ENCANTOS… traz histórias da fundação e do nome Apodi; das instituições antigas e atuais, histórias dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e, ainda sobre as regiões da chapada, do vale, da pedra e da areia, o comércio, a indústria, os serviços, as pessoas, capítulo especial sobre a educação e todas as suas escolas.
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